Psicologia da imigração
A Psicologia da imigração desempenha um papel crucial no contexto migratório, estudando o fenômeno e oferecendo apoio às dificuldades enfrentadas pelos imigrantes.
A imigração é uma experiência transformadora que impacta profundamente a identidade do imigrante, exigindo resiliência para lidar com as perdas e construir um novo sentido de pertencimento em um ambiente culturalmente diferente.
O luto migratório é um processo natural que acompanha a mudança, envolvendo a perda de familiaridade, cultura e o sentimento de pertencimento.
A terapia psicológica é um tipo de ajuda que não tem fronteiras e pode prevenir e tratar questões de Saúde Mental em pessoas que migram.
Migração
A migração humana é um movimento constante ao longo da história, impulsionado por uma busca por melhores condições de vida ou a fuga de fatores desfavoráveis. Seja por razões econômicas, sociais, climáticas ou políticas, as pessoas se deslocam de seus locais de origem em busca de oportunidades e segurança.
O Brasil tem uma longa história de receber imigrantes e, mais recentemente, também tem enviado brasileiros para outros países em busca de experiências melhores.
Migrante
Migrante é alguém que se desloca do seu local habitual de forma temporária ou permanente, dentro de um mesmo país ou para um país estrangeiro. A pessoa opta pela mudança por uma causa ameaçadora ou simplesmente para melhorar sua vida.
Emigrante: quem deixa o seu país de origem.
Imigrante: quem chega a um novo país para se estabelecer.
A migração é um fator vulnerável ao desenvolvimento de questões de saúde mental para quem vivencia esta experiência.
Consequências emocionais da migração
A migração é um processo que envolve perdas, ganhos e transformações profundas na identidade. A adaptação a um novo país exige resiliência, flexibilidade e a capacidade de construir novas redes sociais e um novo sentido de pertencimento.
A experiência migratória é marcada pela ambivalência, pois, ao mesmo tempo em que traz novas oportunidades, também envolve a perda de tudo o que era familiar.
A perda dos familiares, amigos, trabalho, cultura, língua, raízes sociais e costumes são apenas alguns dos obstáculos que o migrante precisa vivenciar. Essa ruptura com o passado e a necessidade de construir uma nova identidade em um contexto culturalmente diverso podem gerar o luto migratório e outros impactos psicológicos.
A experiência migratória coloca em transformação a própria noção de "eu", levando o indivíduo a se questionar sobre sua identidade e seu lugar no mundo.
Psicologia da Migração
A perda de papéis sociais, a ruptura com a rede de apoio e a necessidade de se inserir em um novo ambiente podem gerar um sofrimento psicológico significativo. Esse processo, conhecido como luto migratório, envolve a perda da familiaridade, da cultura de origem e do sentimento de pertencimento.
A Psicologia, nesse contexto, desempenha um papel fundamental na promoção da saúde mental dos migrantes. É preciso compreender as especificidades da experiência migratória e os desafios que ela impõe, a fim de oferecer um atendimento adequado e acolhedor.
Choque cultural
O choque cultural do imigrante é uma resposta natural de desconforto frente à experiência de viver em um ambiente culturalmente diferente. É uma reação emocional à nova realidade, marcada por quatro diferentes fases:
euforia inicial;
frustração e desorientação;
ajustamento;
adaptação e aceitação da nova cultura.
O choque cultural reverso pode ocorrer quando o imigrante retorna a sua terra natal depois de ter se acostumado com o país estrangeiro. Pode ser inesperado e desconcertante passar pela sensação de estranhamento daquilo que antes era tão normal. É comum que durante o período no exterior, a pessoa se concentre nos bons momentos vividos no país original, carregando uma certa idealização do passado. Ao regressar, pode enfrentar dificuldades para se readaptar aos costumes, às pessoas e à rotina local.
Aculturação
A aculturação é um processo de ressocialização mais amplo, que envolve a reconfiguração da identidade e dos comportamentos do imigrante para se adaptar ao novo contexto cultural. Esse processo é naturalmente gerador de estresse e pode levar a problemas de saúde mental.
Xenofobia
A xenofobia é o medo e a aversão ao estrangeiro. Essa atitude, enraizada em preconceitos e estereótipos, manifesta-se de diversas formas, desde a simples desconfiança até a hostilidade e a violência. A xenofobia é alimentada pelo medo da perda da identidade cultural e pela busca por um culpado para os problemas sociais. Infelizmente diversos imigrantes vivenciam a xenofobia em diversos lugares e contextos.
Características da xenofobia:
Ambiguidade: A xenofobia pode coexistir com a fascinação pelo diferente. O "outro" pode ser visto tanto como uma ameaça quanto como um objeto de desejo.
Sutilidade: A xenofobia nem sempre se manifesta de forma explícita. Muitas vezes, ela se esconde por trás de discursos que defendem a "pureza cultural" ou a necessidade de proteger os interesses nacionais.
Conexão com crises: Em períodos de crise, a xenofobia tende a se intensificar, à medida que as pessoas buscam um culpado para seus problemas.
Saúde mental do imigrante
O processo de imigração pode desencadear uma série de desafios para a saúde mental, sendo estes os mais comuns:
Ansiedade: O choque cultural, a incerteza sobre o futuro e a pressão para se adaptar a um novo ambiente podem desencadear crises de ansiedade e de pânico.
Depressão: Sentimentos de solidão, tristeza e perda podem levar à depressão.
Transtorno de Adaptação: Sofrimento intenso desproporcional aos fatos.
Problemas psicossomáticos: O estresse da imigração pode se manifestar através de sintomas físicos, como dores de cabeça, insônia e compulsão alimentar.
Transtorno de Ansiedade de Doença: Preocupação em contrair uma doença grave e não ter pessoas próximas para auxiliar.
Tanatofobia: Medo de morrer ou que um ente querido do país de origem venha a falecer.
Ansiedade social: Sentir muito medo, ansiedade ou esquiva de situações sociais.
Transtorno da Personalidade Evitativa: Constante sentimento de inadequação social, inferioridade e hipersensibilidade a críticas, como comportamentos evitativos.
Alterações na autoimagem: A mudança de cultura e a necessidade de se adaptar a novos padrões sociais podem levar a questionamentos sobre a própria identidade e autoestima.
Terapia para imigrantes
A experiência da imigração é um divisor de águas na vida de uma pessoa, desencadeando uma intensa transformação interna. Pode ser experimentada uma espécie de "renascimento psicológico", onde seu senso de identidade é desafiado e remodelado.
A maneira como o imigrante lida com a nova vida vai variar muito. Em alguns casos, a experiência pode ser traumática, levando a sentimentos de isolamento e desorientação.
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Psicóloga Ana Carolina Mainetti
CRP 08/17342